"O MAL HABITA NA ESCURIDÃO"




Malena Morava com a família numa enorme e antiga casa no bairro de Batista Campos. O imóvel era alugado, e seus pais haviam decidido mudar para lá faziam apenas alguns meses.
Na Madrugada de uma terça-feira, ela acordou subitamente após escutar um forte ruído de porta se abrindo. De dentro de seu quarto, ouvira o barulho que a acordara vindo da cozinha. Seus pais e suas duas irmãs, pareciam dormir tranquilamente nos outros cômodos da casa. Para ela, aquele barulho significava apenas uma coisa: André, seu irmão mais velho, devia ter voltado do interior, onde trabalhava como militar durante a metade da semana. Crente de que estava certa, Malena levantou-se da cama, abriu a porta do quarto e foi até a cozinha. Mesmo com todas as luzes da casa desligadas, ela deparou-se com uma cena assustadoramente inusitada: Um homem que parecia ser seu irmão, estava caído no chão gemendo de dor e pedindo-lhe que o socorresse. Sem pensar como ela poderia estar enxergando o irmão naquele escuro, e nem por que motivo ele teria voltado do trabalho um dia antes de viajar para lá, ela foi até o rapaz, que até aquele instante estava de costas para ela, com o rosto voltado para o chão. Aproximando-se do irmãos, ela tocou em seu ombro tentando vira-lo, e perguntou em desespero: Meu irmão o que aconteceu com você? O que você está sentindo? ... Nesse momento Malena deparou-se, segundo suas próprias palavras, com a pior imagem que já vira: ao invés do rosto do irmão, uma criatura de rosto deformado, com os olhos totalmente vermelhos e um sorriso diabólico, a ssegurou pelo braço e exclamou: “Agora você vem comigo!” Em estado de choque, Malena tentava gritar por socorro, mas não conseguia pôr o grito para fora. Tentando sem sucesso algum, desvencilhar-se do ser, ela implorava para que ele a soltasse, enquanto este, dando gargalhadas perturbadoras, continuava a mantê-la presa com uma das mãos.
Aterrorizada com o ataque, e ao mesmo tempo sentindo que suas forças esvaiam-se em sua luta inócua por libertar-se da criatura, Malena já começava a deixar de resistir, quando ouviu sua mãe gritar, ao mesmo tempo em que acendia a luz da cozinha: “larga minha filha!”. Inexplicavelmente, o sinistro agressor desapareceu logo após as luzes terem sido acesas. Em desespero, Malena atirou-se nos braços da mãe, que antes de ligar as luzes, pôde testemunhar sua filha tentando desesperadamente libertar-se daquele ser do mal.
Dias depois, Malena e família mudaram-se do imóvel, mas até hoje, nem ela nem a mãe domem mais de luzes apagadas. “O mal habita na escuridão”, argumenta Malena, pensativa.

imagem ilustrativa fonte:http://minilua.com/contos-minilua-o-monstro-de-olhos-vermelhos-139/
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